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Mostrando postagens de setembro, 2010

Camus e O Mito de Sísifo [3]

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“Ao longo de todos os dias de uma vida sem brilho, o tempo nos carrega”. O tempo, na intrínseca relação com a existência humana, costuma ser considerado um carrasco. “O tempo não pára, o tempo atrapalha, o tempo não tem pudor” (Gilberto Gil – estrela azul do céu). O tempo não espera nem respeita a lentidão humana em ser, em fazer, em transcender. O “amanhã”, o futuro, a previsão, o projeto, tudo isto se dá na esfera do tempo, sem que nos demos conta de que, por vezes, somos arrastados por ele, como quem está “atrasado”. Somos todos cônscios de que ao final, tudo terá um ponto final, uma brusca ruptura, uma cisão. A morte é a face oculta do tempo. Todos tendem para ela, dia após dia. O homem “pertence ao tempo” e nessa angústia encontra-se o a sensação do absurdo. Se, por um lado, “a arte existe para que a verdade não nos destrua” (Nietzsche), por outro, revestimos o mundo por uma gama de significados, de símbolos de sentidos, desejosos de que ele não nos seja tão estranho, numa existên

Para ser continuado Alberto Camus - Sísifo.

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Alberto Camus – O Mito de Sísifo : Suicídio ou Restabelecimento . obs .: Frases aspeadas sem a devida citação posterior se referem à obra de Camus à qual o presente texto de refere. Há quem afirme que podemos “dizer mais do que nós pode saber” ( Rorschach ), outros, por sua vez, afirmam que “podemos saber mais do que podemos dizer” (“ We can know more than we can tell ”) (conhecimento tácito - Michel Polanyi ), com nossos sentimentos se dá algo semelhante, isto é, não possuímos linguagem suficiente para exprimir a totalidade daquilo que os sentimentos mais profundos manifestam. No que se refere aos sentimentos, há conteúdos internos para os quais não temos palavras, a não ser acalentadas lágrimas, esplêndidos sorrisos, silenciosos abraços, mudas carícias que, não obstante o fato de serem sem verbalização (oral), exprimem o máximo de comunicação emocional. Alberto Camus , na obra O Mito de Sísifo , afirma que “os sentimentos profundos sempre significam mais do que o qu

Alberto Camus e o Mito de Sísifo

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A Sensação da Absurdidade n’ O Mito de Sísifo de Alberto Camus Não são poucas as pessoas que se surpreendem com a sensação do absurdo, porque não são poucas as “aparições” de acontecimentos, de atos , de práticas, de comportamentos e ações que ultrapassam a esfera do ‘normal’, do aceitável, cabendo apenas na esfera do absurdo. São feitos humanos que surpreendem os mesmos humanos, deixando-os em estado de entorpecimento. Todavia, nenhum destes atos citados consegue suplantar o grande absurdo que é existir. A existência em si é um absurdo. Para compreender a obra “o Mito de Sísifo ” de Alberto Camus é primordial conhecer antes o mito grego de Sísifo . Sísifo era um condenado pelos deuses do Olimpo. Qual sua transgressão ? Sísifo era habilidoso nas artimanhas da enganação, ao ponto de conseguir enganar até os deuses. Por tal habilidade, foi considerado o mais esperto dentre os homens e, por esta razão, se gabava de ser o pai de Ulisses ( Odisséia – Homero).