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Mostrando postagens de dezembro, 2010

"A Pós-Modernidade não Existe"

Revista Filosofia Ciência & Vida, Lipovetsky falou sobre muitos temas, à maneira dos seus diversos estudos, nos quais a moda, o consumo, a revolução feminina, a Ética e o indivíduo, entre outros, são observados e elucidados, expondo a sua dinâmica na contemporaneidade. Membro do Conselho de Análise Social, órgão de apoio ao primeiro-ministro da França, termômetro para questões delicadas como a proibição do véu islâmico e outros sinais ostensivos religiosos nas escolas, Lipovetsky escreveu os livros O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas (Companhia das Letras), A Sociedade da Decepção, A Era do Vazio e A sociedade pós-moralista, estes últimos publicados no Brasil pela editora Manole . FILOSOFIA - Você diz que não é correto falarmos que vivemos a pós-modernidade e empregou o conceito de "hipermodernidade". Mas o que seria, uma sociedade pós-moderna? Qual seria a sua dinâmica? Gilles Lipovetsky - Acredito que temos sociedades cada vez mai

Camus - A Comédia

Crise e Ímpeto “Nada interessa mais ao homem moderno do que ele mesmo”. O homem moderno é o centro consciente de um universo, de quem tudo emana e para o qual tudo se dirige e se rende. No entanto, “a decepção em relação à vida sempre corresponde a uma ausência de sentido de ser, uma insatisfação existencial” (Bertrand Richard). No Sísifo de Camus, há um capítulo rechonchudo sobre a comédia. O capítulo tem este nome mesmo “A Comédia” é pleno de símbolo, porque prenhe de significado. Camus lança seu olhar simbiótico sobre o ser do homem que, uma vez ensimesmado, se lança na fecunda procura do consumo das personagens do teatro, como via para uma espécie de catarse. No teatro, o ator é perecível, como todo humano o é. Mas, sua personagem suplanta o ínfimo tempo de existência do palco. As pessoas e, consequentemente, os atores, levam consigo as ricas, doces e estranhas personagens do teatro e estas serão citadas em algumas futuras conversas das suas vidas “reais”. O que é real e o que

Linguagens, Sinais, Comunicação

“Minhas lágrimas vão manchar minhas letras”. A percepção de estar só (solo) desencadeia uma série de sensações e emoções em qualquer pessoa. Não me refiro ao fato de estar sozinho em qualquer lugar. Refiro-me ao fato de estar numa família (qualquer tipo de família ou grupo), por exemplo, e sentir-se isolado, porque nenhuma pessoa ao seu redor lhe dispensa, lhe oferece a dignidade de ser notado. Porque estão angustiados demais consigo mesmos ou porque possuem uma autoimagem tão destroçada que são incapazes de oferecer algo de si. Estas pessoas afirmam, com seu comportamento, que também necessitam mais de serem notadas, valorizadas, respeitadas. “Necessitam de ser notadas”. O que acontece com um grupo pequeno de pessoas no qual todos necessitam de serem notados, mas, no entanto, ninguém nota uns aos outros? As vias de comunicação dos sentimentos estão desconectadas, desencarrilhadas. Nadas transita por elas, a não ser uma constante emissão do desejo de ser notado. Todos disparam d

Música, Suavisa-me

Existir é Movimentar-se

A Dança na Vida e a melodia do Tempo Minhas ausências no blog são justificáveis. No momento, necessito concretizar outros cenários, nos quais desejo e pretendo atuar num futuro próximo. Paralelo a este modo do meu pensamento, encontra-se a consciência de que a atividade que iniciei sobre o livro de Alberto Camus, dada sua excentricidade peculiar, não necessita de pressa, de velocidade, pois compreendo igualmente que muitos conteúdos deste livro necessitam ser ruminados e significados por mim, por meu ser interior, para esboçar uma fala, uma escrita, enfim, para externalizá-los. Assim, consciente também do fato de que não sou ponte nem meio, a partir dos quais o Mito de Sísifo (Camus) seja lido, (quem sou eu para isso? Sou, no máximo, uma excêntrica possiblidade.), afirmo que ninguém necessita de pressa ao ler o Camus. Pelo contrário, afinal. A leitura do citado mito tanto mais profunda será quanto mais demorada se der. Tanto mais profícua será quanto mais ruminada for. Tanto mais