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Mostrando postagens de 2011

Enxergar com a Essência

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O olhar de quem já enfrentou seus dramas pessoais, suas demandas existenciais enxerga melhor e mais longe porque ver além daquilo que lhe mostram seus órgãos da visão. Tal olhar suplanta a força física dos demais e o intelecto da maioria. Ulisses, na Odisséia (Homero), possuía o intelecto mais aguçado dentre os demais que com ele invadiam Tróia.   Do seu intelecto, sai a ideia do cavalo concedido aos troianos como “presente”. Esta mesma ideia garantiu a vitória dos gregos sobre os troianos. Quem possui semelhante olhar não teme o ato de arriscar, porque a engenhosidade de suas ideias desestrutura os padrões de pensamento e de percepção da maioria. “Embora o óbvio esteja ao alcance de todos, muitos poucos realmente percebem que os maiores mistérios se escondem no óbvio. Quem aprende a discernir o óbvio encontra-se no caminho da sabedoria. Quem não enxerga o óbvio, de nada lhe adianta toda a erudição do mundo” (Lao Tsé – “Tao Te King”, p. 201). Às vezes, “a inteligência fica cega de

Notas sobre Mito e Discurso filosófico-científico

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Pode-se construir uma “relação” entre mito e religião? Mito: narrativa de significação simbólica, transmitida de geração em geração dentro de um determinado grupo, e considerada verdadeira por ele (Aurélio) . “o mito se caracteriza pelo modo como estas explicações são dadas, pelo tipo de discurso que o constitui. O próprio termo grego mythos significa um tipo especial de discurso, o discurso ficcional ou imaginário”. (MARCONDES, 2010). Em toda religião, há mitos porque sempre há a tentativa de explicar “aspectos essenciais da realidade em [o povo] vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e dos processos naturais e as origens deste povo, bem como seus valores básicos” (Ibidem). Há que ter em mente que tanto há aspectos comuns entre religião e mito, o que os fundem em alguns momentos, como há aspectos fronteiriços que os separam. Uma característica do mito em especial é apresentada como elemento capaz de fundir mito e religião: “o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao

Notas sobre Mito e Discurso filosófico-científico (I)

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Tanto o discurso filosófico-científico quanto o mitológico fascinam os homens: aquele por causa do conhecimento que produz e agrega (associa), este, pela possibilidade da “relação” com uma divindade, pelo mistério e pela beleza do imaginário que apresenta. Contudo, o desenvolvimento da postura de insatisfação perante as explicações do mito e a iniciativa de investigar a realidade segundo outros critérios e métodos, não invalidam o discurso mitológico nem o torna desimportante, enquanto elemento de identidade. O que se dá é que aqueles que passam a explicar a realidade por meio do discurso (Logos) filosófico-científico, ainda que concebam certa metafísica, já não depositam crença no mito, ainda que continuem a fazer parte do mesmo grupo cultural. Todavia, uma vez que Explicar é tornar [algo] inteligível e claro (Aurélio), e levando em consideração o fato de que o mito “recorre (...) ao mistério e ao sobrenatural, ou seja, exatamente áquilo que não se pode explicar” (MARCONDES, 201

Pensando Melhor...

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Penso que é oportuno transcender a visão idealista da educação. Transcender a visão de uma escola salvadora, ideal. As pessoas não são ideais, são reais e vamos educar estas pessoas reais. Por natureza, somos seres de complexidade, seres que não são educados com manual de instrução, sobretudo, crianças e jovens.  Somos seres de múltiplas dimensões que convergem e conflituam-se entre si na caracterização de nós mesmos.   Se todos já tivessem atingido o estágio do ideal, não necessitavam mais de educação, de formação. Qual deve ser, portanto, a escola capaz de formar seres reais? No mínimo, ela deve ser uma escola possível.  Uma escola possível concilia os conceitos com o carinho, entrecruza os saberes com o respeito mútuo, faz convergir as potencialidades dos (a) estudantes na descoberta e na construção do conhecimento, a ferramenta que irar capacitá-los para serem autônomos, habilitados para gerir suas próprias existências numa sociedade marcada por profundos preconceitos.  Esta

Tecnofobia x Tecnofilia

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As Tecnologias da Informação como suporte da educação exprimem a natureza da geração atual, composta por jovens que vivem cercados por artefatos tecnológicos que possibilitam sua interação e comunicação com o mundo. Os jovens atuais são cada vez mais cidadãos globais, uma vez que, por meio da internet, não há fronteiras reais que impeçam a comunicação de uns com os outros, que obstruam a troca de informações ou que interrompam a produção conjunta do conhecimento. A utilização das Tecnologias da Informação na educação traz consigo questões passíveis de reflexão; quer sejam elas de ordem social, nos casos em que o educador não domina o manuseio das tecnologias, quer sejam de ordem prática, nos casos em que o professor limita sua prática pedagógica às ferramentas tecnológicas e, por fim, de ordem ética, nos casos em que são explícitas a cópia, o plágio e a fraude presentes na produção da pesquisa. Outro questionamento pertinente a este enfoque advém das posturas da visão tecnofóbica