Crise e Ímpeto “Nada interessa mais ao homem moderno do que ele mesmo”. O homem moderno é o centro consciente de um universo, de quem tudo emana e para o qual tudo se dirige e se rende. No entanto, “a decepção em relação à vida sempre corresponde a uma ausência de sentido de ser, uma insatisfação existencial” (Bertrand Richard). No Sísifo de Camus, há um capítulo rechonchudo sobre a comédia. O capítulo tem este nome mesmo “A Comédia” é pleno de símbolo, porque prenhe de significado. Camus lança seu olhar simbiótico sobre o ser do homem que, uma vez ensimesmado, se lança na fecunda procura do consumo das personagens do teatro, como via para uma espécie de catarse. No teatro, o ator é perecível, como todo humano o é. Mas, sua personagem suplanta o ínfimo tempo de existência do palco. As pessoas e, consequentemente, os atores, levam consigo as ricas, doces e estranhas personagens do teatro e estas serão citadas em algumas futuras conversas das suas vidas “reais”. O que é real e o que ...
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