A Dialética do Esclarecimento e a Cultura de Massa



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"A Dialética do Esclarecimento e a Cultura de Massa


>>>Continuando<<<
Os teóricos da Escola de Frankfurt argumentam que uma vez perdida a autoreflexão por medo de desintegrar o “eu”, a razão instrumental já perdia a possibilidade de um “eu” emancipado. Ao contrário de libertar a humanidade das superstições, lançou-a numa nova superstição. Ou seja, um instrumento funciona para aquilo que o seu portador desejar. Por exemplo, uma faca pode cortar alimentos como pode igualmente ferir uma pessoa. A mesma razão transformada em instrumento para possibilitar a libertação do homem das superstições, dogmas tiranias, é utilizada como ferramenta pelo mecanismo econômico capitalista.

“a própria razão se tornou um mero adminículo da aparelhagem econômica que a tudo engloba. Ela é usada como instrumento universal servindo para a fabricação de todos os demais instrumentos” (DE, p. 37).

A razão torna-se, portanto, instrumento, ferramenta a serviço do capitalismo e da mídia, sua serva fiel. Na execução, o homem desaparece nas fábricas (Chaplin) e o que aparece é apenas sua força de trabalho. O trabalhador não é mais que uma peça mecânica, dentre tantas outras, na engrenagem econômica. Percebe-se aí que o homem se alienou do seu “eu” por meio do mesmo aparato criado para sua libertação e sobrevivência. A Matrix e a Skynet (Exterminador do Futuro) são realidades virtuais possíveis pela imaginação do que seria o extremo dessa alienação do homem e sua total submissão às máquinas."
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Comentários

  1. O Admirável Mundo Novo já apresenta a questão do homem completamente rendido à racionalidade técnica, apesar de Horkheimer denunciar a saída que Aldous Huxley sugere (ou parece sugerir).

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  2. Perfeito você ter lembrado do "romance" do Aldous. À época da publicação da presente postagem, pensei em citar o Aldous, mas fiquei reticente quanto a isto e nao o mencionei. a problemática da Razão, como a própria dialética exprime, está no fato de tê-la transformado em "instrumento para". E este não seria o maior dos problemas, se os resultados que este "instrumento" produzisse não fosse de encontro ao homem, a todos homem. A indústria midiática capitalista se utiliza constantemente e sem nenhum segredo do potencial racional para utilizá-lo em benefício próprio. Ou seja, se a razão tinha inicialmente o objetivo de retirar o homem da "menor idade" (Kant), distanciando-o da submissão a dogmas, a superstições e servidões em geral, percebemos que a razão, transformada em instrumento, serve justamente para submeter o homem a uma nova Jugo. Mas, não desconsideremos as ações da burguesia nesta empreitada. Ações que não só destronaram a monarquia, mas construiram seu próprio império, no qual todos os homens são, direta ou indiretamente, seus súditos (da burguesia).

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